Tárcio Cacossi
Palmeiras e São Paulo, no Palestra Itália, após a polêmica semifinal do Campeonato Paulista, do gás de pimenta no vestiário tricolor, e que o Verdão saiu vencedor, era aguardado com muita ansiedade por todos os que acompanham e apreciam o futebol. O clássico, conhecido como Choque-Rei, foi de arrepiar e, sem dúvida, um dos maiores jogos do Campeonato Brasileiro. Fez jus ao destaque que vinha ganhando nos últimos dias e à história dos clubes. Teve de tudo, duelo tático dos dois maiores técnicos do Brasil, Muricy Ramalho pelo São Paulo e Vanderlei Luxemburgo pelo Palmeiras, equilíbrio, disposição, jogadas bonitas e rispidez (três expulsões: duas no Palmeiras e uma no São Paulo).
O resultado, 2 a 2, foi justo. Ainda que o Palmeiras tenha atacado muito mais, o São Paulo jogou de acordo com suas características de apostar nos contra-ataques, e por ter marcado um gol logo no início do jogo, era natural que a equipe recuasse, pois o Palmeiras, jogando no Palestra Itália, onde em 2008 só perdeu para o algoz Sport, não poderia dar esse gostinho a seu maior rival no momento. Mesmo assim, o São Paulo de Rogério Ceni, que mais uma vez desempenhou dupla função ao marcar o primeiro gol de pênalti e fazer grandes defesas, chegou ao segundo com Dagoberto, que, num contra-ataque, claro, recebeu belo passe de Hernanes, outro gigante.
No segundo tempo o cenário se manteve, mas o São Paulo provou do próprio veneno. Em mais um contra-ataque, teve nos pés do garoto Jean, a chance de fazer o terceiro e liquidar a fatura, mas o volante dominou mal a bola e a perdeu. O veterano Denilson, que começou no São Paulo e se destacava por ser um grande driblador, mostrou que o tempo não tirou suas habilidades, e em grande jogada individual, deixou André Dias no chão e tocou para Kléber, o melhor em campo, diminuir o placar, aos trancos e barrancos. O gol inflamou a torcida verde e apenas dois minutos depois, Leandro cobrou falta, a bola desviou na cabeça de Dagoberto, tirou as chances de defesa de Rogério Ceni, e assim o Palmeiras chegou ao empate.
Mesmo que o clássico tenha tido um gostinho de vitória para o Palmeiras, que empatou após estar perdendo por 2 a 0, na realidade, as duas equipes podem se sentir vitoriosas, pois além de continuarem brigando pelo título, mostraram o quanto são fortes. O São Paulo por ter chegado muito perto da vitória, contra um concorrente direto, e que tem o melhor aproveitamento do campeonato como mandante. E o Palmeiras, pelo poder de reação e por ser praticamente imbatível em seu estádio. São os dois maiores times do País no momento.
Depois do clássico, todos voltaram as atenções para o Canindé, onde o líder Grêmio enfrentou a Portuguesa, que luta contra o rebaixamento. E comemoraram a derrota gaúcha. Mesmo que tenha perdido um jogo fora de casa, ao não aproveitar uma rodada em que tinha uma nova chance de abrir uma boa vantagem, já que seus concorrentes diretos ao título tinham clássicos pela frente, o Grêmio realmente não dá mostras de que vai agüentar segurar a liderança até o final do campeonato e contraria as expectativas dos que viam no time de Celso Roth a estabilidade necessária para a conquista do título, inclusive eu.
Outros que vibraram com a derrota gremista foram Cruzeiro, que assumiu a segunda colocação ao vencer o clássico contra o Atlético-MG, e o Flamengo, que também teve um clássico pela frente, mas só na teoria, pois na prática, o quase rebaixado Vasco é muito inferior. Com a vitória o rubro-negro, que todos acreditavam não ter mais chances de título após a derrota de semana passada, colou novamente no G4.
Jogar para não perder?
Na Série B, aos poucos vão se definindo os times que chegarão à elite do futebol brasileiro e, infelizmente, o Bragantino está cada vez mais fora dessa disputa. A prova disso foi a derrota para o Criciúma sexta-feira, quando, já na escalação, com três zagueiros e três volantes e com Davi, o melhor do time, no banco, ficou claro que a equipe jogou para não perder, e quem joga para não perder em campeonatos de pontos corridos, não consegue, e não merece, alcançar maiores objetivos.
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